Esse assunto, de repente, passou a ser tema de 3 em cada 5 blogueiros que escrevem a respeito. É bom ver que o nivel de consciência do cidadão brasileiro a respeito da educação financeira está cada vez maior. Educação financeira é uma coisa tão importante, que deveria ser matéria obrigatória nas escolas.
O fato tem suas explicações: há até alguns anos atrás, a oferta de crédito para o cidadão comum era monopolizada por 3 ou 4 grandes bancos do mercado. De lá pra cá, surgiram novos integrantes nesse mercado, a oferta de dinheiro ficou mais abundante, o crédito mais fácil, e como acontece em qualquer mercado, começaram a surgir empresas de caráter questionável, operando a juros exorbitantes e se aproveitando da boa-fé dos incautos que precisavam de dinheiro.
Ocorre que o mercado financeiro brasileiro é muito regulado pelas instituições fiscalizadoras e controladoras (Banco Central e CMN), e o caráter dessas empresas financeiras (algumas tem até a palavra “Banco” no nome….) começou a ficar mais evidente. O mercado foi ficando cada vez mais seletivo. O consumidor, hoje em dia, tem um nível de esclarecimento muito maior sobre o mercado financeiro do que há tempos atrás.
Vejamos, por exemplo, o mercado de crédito consignado. A primeira imagem que vem a mente da maioria das pessoas sobre esse assunto é negativa, pois tem sempre alguém para contar a história de uma vizinha aposentada e velhinha que foi explorada por um sujeito que a fez tomar mais empréstimos do que podia, e outras coisas ruins desse tipo. Aqui vale a pena fazer um aparte: a culpa não é do sujeito e nem da velhinha, e sim de empresas inescrupulosas que se valem do desespero alheio para “empurrar” empréstimos com taxas de juros que envergonhariam o mais pilantra dos agiotas.
Por conta disso, o crédito consignado ao longo do tempo foi se tornando um produto com função social distorcida, mas isso está mudando aos poucos, porque o mercado já percebeu a necessidade de “moralizar” o produto, praticando taxas de juros minimamente aceitáveis para quem precisa de dinheiro, e pagando aos intermediários comissões mais justas e forçando os operadores informais do mercado (conhecidos como “pastinhas” ) a se adequar as regras (ou seja, saindo da informalidade).
Portanto, vejam só: o mercado pratica educação financeira. Obviamente, não há nenhum ato de bondade nisso, mas sim uma auto-regulação para remover as “ervas daninhas”. A sociedade como um todo, talvez motivada pelo (mau) exemplo dos políticos brasileiros, tem cada vez menos tolerância ao erro e as “maracutaias” comuns no passado recente. Diz o ditado que a fé remove montanhas, mas a má-fé destrói tudo o que aparece pela frente.
O resultado desse processo é que as pessoas começaram a se preocupar com quanto e como pagam pelo que compram, e o processo de educação financeira finalmente surgiu.
O mercado financeiro está entrando num novo ciclo, que tende a ser mais adequado as necessidades dos clientes. Todos ganham com essas mudanças, pois o banco sabe onde investe o seu dinheiro, e o cliente sabe o quanto paga pelo dinheiro que pega emprestado.
Não existe mundo perfeito, ainda tem muita coisa pra ser feita, mas certamente estamos caminhando para um cenário de educação financeira minimamente aceitável.
Já falamos nisso aqui no nosso blog várias vezes, mas vamos continuar repetindo: pesquise os bancos do mercado, aprenda a fazer conta e tomar empréstimos. Não se deixe enrolar como no caso da velhinha. Se você não sabe como fazer, procure quem sabe e faça do jeito certo. Nós do http://www.comofinanciar.br temos o foco de contribuir para a educação financeira como o principal motivo de nossa atividade. Estamos a sua disposição sempre que for preciso!